sábado, 10 de abril de 2010

PREOCUPADO


Tenho andado preocupado com a dificuldade
Que estou sentido de chorar
Dissipou-se a razão de ter um sentimento
Foi perdido junto à fé à ilusão
Minha indignação ficou tão solitária
Escondida em minhas ruínas
Vivemos de descasos, de vexames e corrupção
Um povo todo desrespeitado
Humilhado e adoecido
Falido e que ainda ri
Cedo tá no batente
Cansado, mas contente
Dentro da realidade
Que permite a cidade
Mudando a toda hora
O rumo dessa estória
Não sabendo se
Ao lar vai retornar
É tanto pé de meia
São dois pés na jaca
Grana na cueca
È um mar de lama
Onde fundos não tem dono
E verbas ao estrangeiro
População à míngua
Seca choro, seca saliva
Esvai-se esperança
Esvai-se saúde
Esvai-se o homem
Temos visto tanta morte
Que já é normal
Sentir o corpo frio
E a alma torpe
Sem ação ou reação
Sem conseguir ir
Sem conseguir sair
Vamos nos desesperar
Ficaremos sem ar
Sem ter um lugar
Ficar sem descansar...
Deixaremos de amar
Para onde vou?

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