domingo, 6 de dezembro de 2009

EI GAROTA


Ei garota, olhe para mim
Vou lhe mostrar o céu
Te fazer estrela
E retirar seu véu
Leve passo a flutuar
Suave, é brisa do mar
Desnudei tua beleza
Amarei-te a noite inteira

Mostre o teu sorriso que me torno um menino
Quero sim te abraçar até um homem me tornar
Na tua boca, no teu beijo, no teu gosto o desejo

E se a lua aparecer
Já gostando de você
Por teu corpo, nu em pêlo
Apaixono, eu me entrego
Quero te fazer suar
Ver teus olhos a brilhar
Ter a fome saciada
Junto a ti de namorada

ENLAÇADOS


Acordei, você na cama
Acende a minha chama
A minha mão te chama
Teu corpo não reclama
Me aproximo extasiado
Acontecendo o contato
Penetrados sóis e beijos
Enlaçados, nus, desejos
Rolo de carinho ao te abraçar
É tão bom te ter em meu cantar
Percorrer teu Éden é o amar
Aonde a fantasia vem brincar
De pegar e esconder
Ser polícia ou ladrão
Serei teu bombeiro
Um Herói, até porteiro
E serás de mim rainha
Colombina, maestrina
Ou Gueixa, enfermeira
Aos sonhos me fascina
Meu prazer escorre em desaguar
Caudaloso rio dentro do seu mar
Devolvendo vida ao seu lugar
Amanhecer sorrindo até fartar

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

MAGIA


Veio que veio
Atraindo o olhar
Já dominando
Roubando meu ar
E me atraiu
Ao seu covil
Agora perdido
Cabeça a mil

Enfeitiçado
Desnorteado
É meu fetiche
Sou teu escravo
Toque de fada
Abençoada
Fêmea selvagem
Despe a roupagem

Viajo acordado
Vejo meus sonhos
Ajoelhado
Te agradeço
Meto a língua
Em sua boca
Puxa o cabelo
Serás minha louca

Me encantei pela sua magia
Me entreguei à tua malícia
Estou embebido da tua poção
De amor e paixão

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

FOI VOCÊ


Foi você quem saiu fora
Vem voltando agora
Querendo seu lugar

Esmolei tão pouco
Quis o seu melhor
Tive do pior

A falta de carinho
Fria em nosso ninho
Desnutri por ti

Vivi nessa míngua
Sem beijo de língua
Sofro por querer

Sempre maltratado
Por um amor otário
Vou me redimir

Veja se me esqueça
Veja se desapareça
Não te quero aqui

Eu tô em outra
E você tá louca
Eu trocar meu bem
Chora meu neném
Quero ver na cara
A tua pobre mágoa
Se puder se afasta
Eu já tenho alguém

COISA LOUCA


Era toda noite
De bar em bar
Sempre estava
A te procurar
Sempre sozinho
Sempre perdido
Sem tua visão
Sem teu sorriso
Foi uma paixão
Avassaladora

Foi estonteante
Uma coisa louca
Agora encontrei
Você aqui ao lado
Sinto no teu cheiro
O gosto do pecado
Pega a minha mão
Saindo apressado
No seu ou no meu carro
No seu ou no meu quarto

Hoje essa noite não vai ter um fim
Finalmente tenho a mulher pra mim
A batalha foi difícil, mas aconteceu
Hoje com certeza eu serei só teu

ABALADO


A tua sedução
Me deixa abaladado
O corpo provoca
Me deixa suado
O toque, a pele
Mãos pelo cabelo
Olhos nos olhos
Arrepio inteiro

Ginga, balança
Sorriso que lança
Um forte tesão
Sem explicação
Corre o colchão
Vamos ao chão
Saliva nosso tato
Queima o contato

Quero provar do que é capaz
Quero saber como você faz
Mexe gostoso o lindo quadril
Nua, ardente, selvagem e febril
Pega, me abraça e me satisfaça
Cobre com o amor da tua graça

TEU SOL


Uma mulher me fez brilhar
Com o calor que irradia do sol
Apenas com um sorriso
Que reconheci quando lhe vi
E soube que eu era teu
Só teu
E de mais ninguém
Te quero para mim
Quando acordar
Te quero comigo
Quando dormir
E ser feliz no teu céu
Ser parte do teu espaço
Cósmico sideral
Meu universo fica
Sem estrelas sem você
Decadente e somente
Gélido, sombrio
Frio
Quero ser menino
Correndo pelos campos
Escutar tuas estórias
Cheias de encanto
O pranto secou
Não mora mais em mim
Quando aqui você chegou
Acordou um sentimento
Há muito adormecido
Que triste pequenino
Não pulsava, não sonhava
Canto a vida que renasce
A cada momento ajunto
Um pouco mais de alegria
Te espero à porta
Para que junto possa
A ti pedir para ficar
Para te gostar
Para sempre lhe amar
Até que o luar
Num gesto de bondade
Transformar por caridade
Por pura convicção
Essa nossa sensação
Ser eu e você estrela
Da mais linda constelação

BELA


Você apareceu tão bela para mim
E me fez voar daqui
Por sobre um campo de flores
Perfumadas por ti
Coloridas com seu encanto
Pétalas de veludo
Que recobrem o teu corpo
Me recebem alegres
Eu vou sorrir
No doce néctar do seu amor
Ouço no canto dos pássaros
O teu nome
E o vento me diz pra ser feliz
É só me entregar
Que ele vai me levar ao mar
Que brilha na cor dos teus olhos
Cristalinos e divinos
Profundos pelo seu sentir
É tanta vida chegando em ondas
De uma paixão
Que faz a solidão
Descansar ao fundo
E não mais ameaçar
Meu coração

ANJO DE CRISTAL


Quero te encontrar
Busco sem parar
Em todo lugar
Anjo de cristal
Brilha na retina
Chuva leve fina
Pele de menina
Beijos de mulher
Veio me abençoar
Iluminando meu olhar
Revivendo ao me tocar
Quem eu quero ser
Abençoado eu estou
Eternamente amar-te vou
Mas a falta me ficou
Quando teve de partir
Espero a tua volta
Na janela sem resposta
Se acaso possa
Mande um recado
Dizendo que me quer ao lado
O meu amor e meu pecado
Que precisa dos meus braços
Para sorrir entre abraços
Você é o meu milagre
Para sempre não me largue
Quero te levar ao céu
Fazer bonito meu papel
O paraíso nos espera
Quando nosso corpo se esfrega
Fica faltando o ar
Só respiro ao te amar
Só suspiro, só transpiro
Assim que a transa começar

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

BRUXA


Tome muito cuidado
Com o seu desejo
Pode se realizar
Sem te avisar
Sempre o escutei
Nunca me toquei
Até aquela noite
Que ela apareceu

Olhos de encanto
Rosto angelical
Mãos de doce fada
Num corpo escultural
Noite de lua cheia
Devia desconfiar
Mas não resisti
Resolvi me entregar

Uma bruxa ou feiticeira
Me ama a noite inteira
Me toma pra escravo
E transa por brincadeira

BANDIDA


Tava quieto no meu canto
Você foi se aproximando
Diante da sua visão eu vi
Estou perdido
Olhos de princesa
Par de pernas colossal
Braços de sereia
E beijos de animal
Rara flor, uma beleza
Perfuma a minha vida
Mas tem um problema
Ela é uma bandida

Ladra sem perdão
Engana por vocação
Essa mulher roubou
Roubou o meu coração

Vivo agora a perambular
Buscando te encontrar
Querendo recuperar
O que você me levou
Meu sossego ele se foi
Na cama sem dormir
Sempre rolo para o lado
Te procurando por aqui
Mas você se foi
Meus sonhos arrastou
Preciso de te beijar
Onde que você está?

ERRADO


Um acidente estelar aconteceu
Quando pousei na terra
Nunca precisei de ajuda
Minha ação sempre me ferra
Tudo que eu boto a mão
Na hora vira confusão
Desastre humano ambulante
Atraindo tudo que é maluco
Gente louca e delirante
Muito egoísta e só confuso
Sou talentoso e sou perigoso
Sou mesmo uma ameaça a mim
Afastei todos os meus amigos
Mantenho distante quem eu quis

Eu nasci errado
Virado ao contrário
Só desgraça atraio
Minha companhia
È a solidão
Quando o amor me chega
Não se realiza
Corre daqui menina
A tua segurança
Não é aqui ao lado

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FESTA


Hoje eu quero é festa
Mandei a tristeza
Passear lá fora
Solidão não presta
O que me interessa
Pura diversão

O show ta começando
A roupa se tirando
Um monte de mão
Rala e rola agora
Não se acaba a hora
É essa a condição

Quero olhos de pecado
Com você ao lado
Ficar todo suado
Rolando no colchão

Hoje a noite inteira
Quero brincadeira
E nós dois no chão
No sofá, na mesa
Entre almofadas
Sob o chuveiro

A vida me interessa
Ser feliz sem pressa
Cheia de tesão
Beijar acalorado
Abraço apertado
Te amar eu vou

MADURAR


Lutar com a paz
para derrubar ditadura.
Fazer o preciso sem criar atrito.
Amar intensamente
cultivar,
respeitar,
preservando o amor.
Agir de verdade,
assumir responsabilidade,
encarar conseqüências
de todo e qualquer ato
feito, brandido ou julgado.
Viver adiante
se lançando à frente
sendo flecha, certeira,
pelo ar, cortante,
varando o espaço
encurtando o tempo
do momento
do desejo
ao momento
da conquista,
objetivo,
ensejo.
Errar sem crueldade,
mesquinhez ou prepotência.
Renegar a violência,
malévola truculência
ao direito, ao respeito
à minha, sua,
a de todos,
dignidade.

FORA


Há muito tenho lhe falado
Deixei de ser otário
Desse teu prazer
Tua presença me deixa cansado
Agora é o contrário
Não quero mais você
Não, não
Não quero mais você
Tua louca prepotência
A falta de decência
Já na decadência
Agora estou saindo fora
E chegou a hora
Você vai me perder
Vai, vai
Você vai me perder
Quero que tudo se exploda
Vou viver minha vida
Longe de você
Na busca da felicidade
Livre da maldade
Eu vou me divertir
Eu, eu
Eu vou me divertir

EI GAROTA


Ei garota, olhe para mim
Quero lhe mostrar o céu
Te fazer minha estrela
E retirar seu véu
Cadente passo a flutuar
Suave brisa odor de mar
Te amarei a noite inteira
Ao desnudar sua beleza

Mostre teu sorriso que viro um menino
E te abraçarei até homem me tornar
Na tua boca, no teu beijo
No teu gosto o desejo

E se a lua aparecer
Já gostando de você
No teu corpo, nu em pêlo
Me apaixono por inteiro
Quero te fazer suar
Ver teus olhos a brilhar
E a fome saciada
Junto a ti, minha amada

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

PENSAMENTO


Até onde pode ir um pensamento?
Pego de surpresa me pus a pensar
E logo estava viajando
Viajava por galáxias colossais
Penetrando fendas abissais
Por mentes dormentes
Por vezes normais
Algumas doentes
E até de animais
Cheguei ao centro da terra
Pairei sobre as copas das árvores
Banho de cachoeira na serra
Abracei um grão de areia na praia
Sou Jonas na Baleia
Tubarão e sereia
Mordo feito leão
Pouso de Borboleta
De ato até fato
Falado e agora letra
Uma grande idéia
Ou nova invenção
Penso muito sim
E penso que não
Atomizei um planeta
Agigantei simples sentimento
Fiz um dia passar num segundo
E nosso beijo durar uma eternidade
Criei desertos e cidades
Já fui velho e tive mocidade
Dormi cansado e corri com vontade
Ser pobre, astro e celebridade
Meu braço foi o trovão
E arco-íris na palma da mão
Findei todas as guerras
Os males que a besta gera
Fui daqui ali
De lá acolá
Do passado ao futuro
Sem sair do lugar
Num instante me perco
Noutro a me encontrar
A força que sinto
Somente ao pensar
É algo divino
É espetacular
Nunca pensou???
Devia tentar!!!

CHOREI


Chorei, não pude esconder
Não pude evitar
Deixei escorrer
É a saudade suando
Meu pensamento cantando: quero você!
Melancolia agora me abraça
Angústia se tornou uma ameaça
E a aflição, ora, me aflige, flagela
E por quê?
Porque gosto mesmo de você
E sinto tua ausência
Estou lutando para expulsar meus demônios
Trabalhando em minha faxina
Para ser meu corpo de novo casa
E te receber em minha sala
Não sei o tempo que levará
E se o tempo bastará
Ao fim podes não estar mais lá
É teu direito à busca
Ser feliz é ação justa
O futuro é rumo incerto
Não tem nada concreto
Só sei ao certo
Você é a mulher dos meus sonhos
Vem que a cama está esfriando

SENTIDO


Minha vida fez sentido
Desde que estou sentindo
Amor
Querer alguém faz bem
Amar você me faz bem demais
Tenho humor, tenho bondade
Respeito, carinho e solidariedade
De amigos e afagos cercado
Por alegria contagiado
Te quero por cima, te quero em baixo
De joelhos, em pé e de lado
Deitada, rolando
Gemendo, gargalhando
Te ataco com meus tentáculos
Te toco com meus beijos
Te amo com meu coração
Sorria, sorria para mim todo dia
Dessa adrenalina até o sol se anima
Tua carne alimenta minha fantasia
E meus olhos levantam sua sainha
Conheço teus carinhos
Reconheço tuas carinhas
Se feliz ou triste lhe desejo
Mais que para ano inteiro
Te quero para a vida, a nossa vida
Não me deixa sem você!

DOR


Tão quente mel em lábios tão suaves
Me beija com amor
Me beija sem dó
Que é para aplacar a minha dor

Eu amo tanto que me dói
Quero tanto amar e viver
Não resisto a tanto
À paixão, ao sofrer

Quero te ter, preciso
Pois sem fico adoecido
Faminto e fraco
E a vida um saco

Te encontrei quando me perdia
De solidão, de tanto que queria
Obter a graça da tua mão
Junto à minha, rainha

Ai, ta doendo
Parecendo correr veneno
Das artérias às veias
Matando meu coração

Tua falta deprime
A distância comprime
A saudade contrai meu peito
Faz da cama a morte em leito

Não quero sem você
Fiquei já muito sozinho
Quero comigo alguém
Pra continuar o caminho

Chega de besteira
Chega de insones noites inteiras
Chega de ser vazio
Chega aqui pro nosso ninho

ENFIM


Minha luta chegou ao fim enfim
Gasto por batalhas descabidas
Debilitado, enfraquecido
Abandonei minhas armas
Larguei meu orgulho
E me despi da armadura
Sou servo, não severo
Serviçal, sirvo a bondade
Desejo espalhar a cura
Dos males que cometi
Não existe honra
Na força bruta que machuca
Não se ensina pela violência
Quem se admira por maledicência?
Pecados inundam meu espírito
Imunda alma corroída
E o nome na latrina
Sinto que visto um manto
Não minto, vejo por sorrisos
Ah, humildade e caridade
Estão lavando o pranto
Que empesteei
Que destilei
Em veneno
Perdão eu peço
Rogo, oro, imploro
De joelhos me entrego
E ao mal me nego
Dai-me luz das estrelas
Quero ser centelha
Acender minha chama
Ser calor de quem ama
Berço e carinho divino
Para receber um irmão, um amigo
Venha a mim a missão
De semear a união
De povos e mentes
Sermos sementes
De uma nova geração
A geração amor

terça-feira, 24 de novembro de 2009

NA PORTA


Alegria bateu à minha porta
Veio acompanhada à emoção
Festeiro reencontro
Na voz iluminada
Quase adocicada
Da fêmea reluzente
Em face deslumbrante
Sorriso poetisa tua tradução:
Beleza cristalina feminina
Algo de mulher, inocente menina
Ah, Shirley, apenas lhe veste
O que está sobre a pele
Nem a íntima usa nesse momento
Deixa cair o roupão, acalento
Esse instigante movimento
Teu corpo um monumento
De Ode em Árias
Tentações várias
Composta poesia
Canto em harmonia
Vindo em direção a mim
Ao quarto, à cama
Nesse instante o despertador chama
Acordo suado, ainda atordoado
Cadê você???
Foi sonho, só um sonho.
Não vou pro trabalho
Hoje eu falto
Hoje não saio
Hoje, juro, não acordo!

QUANDO TE VEJO


Toda vez que te vejo
Toda hora que te tenho
Não te quero deixar ir

Sua pele em pêlo
Minha mão por seu cabelo
Te diz: fica aqui

E quando nossos corpos rolam
Por toda a nossa cama
Fica pequeno o colchão
E eu te levo para o chão
Por entre almofadas
Na sala, na cozinha
No chuveiro ou corredor
Se espalha o nosso amor

Tua voz suave e rouca
Desperta uma vontade louca
De beijar tua boca

Olho no teu olho
Brilho em teu sorriso
É de você que eu preciso

CÉU


Estou de volta ao céu
Seu! Minha!
O tempo que for
Da melhor maneira que seja
Do modo mais bonito que transforme
Seres consumidos por atos consumados
Avassalador momento de reencontro
Pelados pelo êxtase do amor em fato
Desnudos pela emoção aflorada à pele
Sucumbidos em arfares extenuados
Deleitados pelo gosto supremo nas bocas
Paladares sexuais trocados nas ações
Que ejaculam e se gozam e se melam
Desejos que se pegam e se esfregam
Pubilmente erotizados por toques
Manualmente ágeis e febris
Delirantes e constantes
Feridos pela ânsia da sanha que arranha
E morde, arrancando nacos de carne
Que alimentam-nos fortalecendo os corpos
Agora nutridos trepando sem parar
Apetitoso e voraz sabor querente
De mãos, braços e pernas envolventes
Seios e peito, músculo e vagina
Imagina e realiza à força e carinho
Mandando, desmandando e pedindo
Curados de todo mal imundo
Imunes aos males que olhares invejam
Sua-se poros exaltados por carícias
Malícias aprendidas pelas práticas
Na guerrilha de noites em confronto
Sob o luar, sob a penumbra, sob lençóis
(ST)

EXPLODE


Já não sei pra onde vou
Meu rumo se perdeu
Parece mesmo que rachou
O que aconteceu
Desconheço quem me vi
Evitando me encarar
Enterrando aqui
No escuro meu lugar
Esfriando o sangue
Pulsando quase parado
Expulsando à força
Quem queria ao lado
Renegado o amor
Sem ambição de viver
Não encontro solução
E não quero mais sofrer
Nessas horas como agora
Os problemas te engolem
E a pressão é tamanha
Que não vejo a saída
A cabeça quase explode
O meu grito é sem sentido
Murando meu caminho
Ainda fico sem amigos
Quando parece melhor
Somente ficar só
Encostado empoeirando
Na verdade fico
Aos poucos me matando

VAZIO


Ficou vazio sem você
Um pranto, um lamento
Me traz tua lembrança

Solitária dança sem par
Sem ter outra mão
Gela o coração

Um beijo no vácuo
No céu sem estrelas
Sem lua, sem musa

A poesia não rima
E toda magia
Perdeu o encanto

Fúnebre momento
De desacalento
Um desassossego

Olho à minha volta
Um mundo sem valor
Sem cor e sem flor

Um choro ocorre
A lágrima escorre
E contente me diz

Ainda te quero
Não nego
Ainda te espero

SOLITÁRIO


Finalmente veio a chuva
Lavando a janela
Levando o silêncio
A cidade se acalma
Dói o meu peito
Chora a alma
As ruas vazias
Bueiros encharcos
A falta me mata
A sobra de mim
Tingida desnuda
Sangra saudade
Tremula mãos
Perco pensamentos
Esvai-se a razão
Voando me afasto
Das amarguras
Dispenso agruras
Despenco do alto
Das quedas me faço
Mais duro, mais frio
Corro perigo
Alcanço o espaço
Mas sigo sozinho
Amiga, querida
Eu só queria
Um breve afago
Contra a maré
Que puxa pra baixo
Até não dar pé
Me afogo profundo
Abissal fosso bestial
Sentido soturno
Escuro e sem saída
Assim me encontrei
Novamente me quis
Desejo ser feliz
Mas solitário
Estou na janela
Sem quem me olhe
Só a chuva

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

NA MINHA VIDA


Viver no escuro era normal
E não enxergar o rosto
A mão do outro natural
Ignorado o mundo estava
Em trevas despercebido
Enterrado sob o manto
Negro desconhecido
Frio polar na pele de gelo
Jamais tocada com amor
Até você aparecer
Na minha vida
Indo fundo no mais profundo
Do meu ser glacial
Calor humano transpassou
De ti para mim, chegou
E das trevas fez-se a luz
Conheci o mundo, o vi em cores
Seus perfumes e suas flores
Poesia, música e beleza
Gritei, e como gritei
Não conhecia a vibração
A força da canção
Corri, e muito corri
Até ficar distante
E mais perto de ti
E amei, muito te amei
Chorei de alegria
Não sabia
Quanto sentimento em mim retia
Era tanto que fluía
Renovou minha energia
E beijei, sem parar te beijei
Na saliva doce mel descobri-a
Desnuda a fantasia
Do veludo, da pele, das vestes
Puro deleite em cristal
De uma sedução angelical
Suave sanha serena
Envolvente serpentear divinal
Te quero, e como, devoro
Dá fome o cheiro de ti
E adormeci
Pude enfim descansar meu cansaço
Enlaçado, extasiado, amado
Mas a vida é imprecisa
Seu rumo indeterminado
E seus planos inexplicáveis
A luz ficou, você não
Outros olhos demais a observar
Palavras impregnadas de amargor
A nos cercar, a nos secar
Cercear a vida semeando rancor
E do rio que formamos dividiram águas
Pedras rolaram espaçando nosso andar
Um para lá, outro para cá
Não pude mais te ter
Porém muito a agradecer
Por acontecer você
Agora vivo, sangro e sofro
E chorei, novamente chorei
Pela dor que fica
Pela falta que assola
Pelo frio que me reencontra
Se por acaso a tristeza lhe encontrar
Não se deixe desesperar
Pois a bondade reside em você
És meu amuleto da sorte
A luz da minha vida
Quem eu mais quis em companhia
Quando a lágrima correr
Faça que brilhe e lembre-se
Lembre-se que você a mim vir
No meu mais belo dia me fez sorrir

(para Shirley)

ELA PARTIU


Ela partiu, sim, me deixou
Mas nem tudo levou
Levou a presença
Mas a saudade ficou
Ficou teu toque na minha pele
Ficaram teus olhos no meu sorriso
Ficaram tuas unhas no meu arrepio
Ficaram beijos em meu paladar
Ficou teu perfume entre lençóis
Ficaram cachos entre meus dedos
Ficaram tuas mordidas nos meus desejos
Ficou teu suor que os banhos não lavam
Ficaram abraços que ainda me aquecem
Ficaram teus pés passeando pela casa
Ficou tua voz de harmoniosa sinfonia
Ficou teu carinho que animou nosso ninho
Ficou tua falta ao lado na cama
Ficou meia-luz nublada sem transas
Ficaram músicas pretensiosas de preencher vazios
Ficaram fotos que o tempo não apaga
Ficaram momentos nas minhas lembranças
Ficaram jantares na luz das velas
Ficou o amor em suspiros
Ficou o meu coração partido
(Shi)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ONTEM


Desde a noite de ontem queria te contar
Em como te vejo no luar
Desde a noite de ontem que quero te amar
Eu te desnudo e te como em todo o lugar
Desde a noite de ontem querendo te linguar
És como néctar para mim, beija-flor
Desde a noite de ontem quando me fez acordar
É como a flor que norteia tua cor
Desde a noite de ontem quis me casar
É sim o meu anjo, divina, altar
Desde a noite de ontem passei a tremer
É da vontade de ti, de te ver
Desde a noite de ontem vivo a sonhar
E nesse sonho você e com você quero estar
Tinha arco-íris, tinha mel, ouro que brilha,
Diamante e joaninha, pérola e trovão
Tinha muito sim e nenhum não
Tinha rei, tinha rainha, duendes e fadas
Estrelas e sóis acompanhados de girassóis
Só não tinha você menina, em meus braços.
Mas no coração tinha!

CIDADES


A cidade e seus alicerces
Dilaceram minha alma solitária
Subprodutos da ignorância humana
Passeiam por passagens e transportes
Que levam reles massas sentimentais falidas
Subutilizadas até para o sofrimento
Olhares cegos se encaram e não escancaram
Se resguardam, acusam desviados
Desvairados e sem compaixão
A luz brilha fria, ártica
E um sorriso assusta
Saídas em tumultos se disseminam
Aglomerações tristes se espalham
E se recolhem em salas e escritórios
Conectando a rede mundial da frustração
Onde eu não devo ser eu
Onde tu não é você
Onde nós não nos encontramos
Nem falamos, deixe recado!
Atachado, compactado ou executado
Desconsiderado, desinformado
A importância de ser não existe mais
Ter um coração ficou para trás
Apenas se conta a hora que passa
Apenas se escorre a vida que vaza
Apenas se corre do tempo sem paz
Apenas não conta, se alonga, se jaz

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CORRENTES


Arrasto correntes pelo corredor
Sentindo febre de você
Aquele fogo não apagou
Mas tua presença se foi
Nem a sombra do passado
Aparece ao lado
Só no pensamento
Te tenho em pecado

Amarga sua falta, a bebida, a dor
E de repente dispara o pavor
Não tenho mais você

Duas estrelas decadentes
Lacrimejam silenciosas
Escorrendo saudades
Que não se conta em horas
O vento soa gelado
Lembrando do recado
Ela se foi e ficou
Um coração solitário

LONGE


Neguei minha partilha, soneguei minha companhia
Só me freqüentava quem estava contaminado
Ou quem já se encontrava vacinado
Escondido em mim, medrado em desespero
Isolado em alqueires de vasta solidão
Definhado a nada, a ninguém
Quem sou não queria mais saber
Apenas por um instante talvez
Sofrer com minha lucidez
Me abato, me maltrato no ato
Quando triste ou feliz
Mesmo calado eu me rasgo
Sanguinário desejo sumário
Imolar meu ser sagrado
Secam as veias, seco da terra, saco
Não sou mais julgado
Quero viver ao contrário
Procuro ajuda na sujeira
Preciso limpar minha poeira
Velhos amigos, velhos hábitos
Agora deixo-os segregados
Achei a saída na porta de uma sala
Acabo de sair de dentro da vala
Estou voltando de uma longa viagem
Tive de passar por terras devastadas
Onde o orgulho reinava ao lado da ignorância
E o escuro apagava minha infância
Uma parte dessa caminhada é muito solitária
É meu caminho, tenho que trilhá-lo
Por vezes queria alguém, esfregar no rosto o rosto,
Misturar o ser suado, entregando-o cansado
Mas não tem ninguém, mas não tem ninguém
Sigo só mas com coragem
Abandono minha leviandade
Quero ser leal comigo
Quero ser novamente meu ser amado

DEGRAUS


A cada passo dado errado
Os degraus à frente
Da escada ao Olimpo
Tornam-se mais altos
Já não os caminho
Já não os faço
Se tornam suplício
Só os alcanço no salto

A perna cansada
O dorso pueril
Braços dormentes
Visão deturpada
Afundo nas mágoas
Até amizade
Evito o amor
Magôo minha amada

E quando vejo tropeço
Não fico onde estava
Despenco degraus
Assim volto mais
Das forças que sobram
Junto às lágrimas
Saio desse buraco
E não volto jamais

É questão de respeito
A mim e ao meu contexto
Pois em mim mora
Um cara bom que por um triz
Não ficou pela estrada
Não viu mais a noite enluarada
Não abraçou sua mulher ao beijá-la
Um cara bom querendo ser feliz

BRUMA


Vista-se amada de branca bruma do mar
Que de desejos me envolve
E aos beijos me deixa afogar

Vista-se amada de verde fada da floresta
Que de feitiços me encanta
E ao seu canto me torno a vibrar

Vista-se amada índia avermelhada
Que por poções me magia
E mãos e dentes sempre a me devorar

Vista-se amada da pele escura pela noite
Que por mistérios seduz
E lentamente me faz seu amante fugaz

Vista-se amada de amarelo e dourada
Que é um tesouro, que é jóia
E me enriquece na guerra ou na paz

Vista-se amada em azul de céu fascínio
Que aos ares me eleva
E por carícias meu suor liberar

Vista-se amada uma flor rosada
Que tão suave quer meu afago
E me aquece e ferve o olhar

Vista-se amada amadeirada
Que sombreia meu aconchego
E pra vida a mim frutificar

Vista-se amada de relva ventada
Que balança junto meu anseios
E ao deleite do toque me deixa a suspirar

Vista-se amada molhada pela chuva
Que brilhas jardins de arco-íris
E sorrindo abençoa eu querendo te pecar

Vista-se amada de fogo em fenda bruta
Que em unhas me é puta
E de sexo me serve caviar

Vista-se amor de enfermeira
Que sejas empregada, seja rameira
E fantasias sonhar e nos realizar

Vista-se amada sob lençóis
Que meu corpo é teu colchão
E tua diversão me cavalgar

Vista-se amada de gargalhadas
Que tua alegria me dá tesão
E teu tesão me deixa louco, a delirar

Vista-se amada com as cores da paixão
Que de amores me colores
E tua roupa sim, irei arrancar

Vista-se amada de prateada
Que a noite foi prolongada
E ainda é cedo, ainda é madrugada

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CHUVARADA


Venta ventania
Vem ventando minha Rainha
Levantando sua sainha
Desencacheando sua gracinha
Em olhos, nariz e boquinha
Nobres pernas saidinhas
Vão surgindo à subidinha
Da esvoaçante curtinha
Emanando coxas marinhas
De sereia visitando a terrinha
Toco-lhe todinha
Não resisto aos encantos da tua calcinha
Chuva chuvarada
Chega apressada
Vem molhar minha amada
Faz da terra ela, suada
E vestida nua, assanhada
Desvestindo-a, colada
Desde ao negro lume desmanchada
Até tua base colorida deslavada
Sofrendo com a pele arrepiada
À alma fria gelada
Treme lábios de cor arroxeada
Derretendo escorridos aos meus quando beijada
Entregando-se quando sentes
O toque de minhas mãos quentes
Envolvendo-te quase eternamente
Numa chama que é só da gente
Abraçando nosso presente
Interligando lógico inteligente
O corpo pedinte ao corpo querente
Transformado o momento rapidamente
Aquecente, naturalmente caliente
Num delírio delicioso sorvente
Envolver-se nos gradualmente
Desde o matinal até depois do poente
Atos belos e marginais que o desejo consente...

domingo, 15 de novembro de 2009

ÚNI CO.

Uni verso
Único verso
Uma só palavra

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

FALA


Quem cala consente
Somente que não cala, fala!
Se não se cala, sente.

A VELOCIDADE DO TEMPO


Só as palavras
Conseguem acompanhar o meu tempo
Porém não consigo
Alcançar o tempo delas

BARULHO


Fique no telefone
Enquanto chamo por teu nome,
enquanto ouço o nada
a minha alma extasiada
clama um simples som,
o da tua boca esfregando em mim teu batom

SEMENTES


Eu não sou semente
Sou a terra nutrida
Que recebe idéias
Em forma de sementes
E as germina
Para serem consumidas

SORRISO



Teu sorriso sim ilumina,

É luz que não termina

É sol que amanhece

E calor que jamais finda

É farol, mapa e bússola

Rota segura de bela viagem

Mar que tempestade não assola

É mão na terra, é viver, é coragem

Encanto suave em doce harmonia

De se realizar tendo tua companhia!

BELEZA INTERIOR


Bárbara sempre foi muito incrível
Linda, excitante do mais alto nível
Andar que passa e transpassa a visão
Suave, faceira, musa da imaginação
Leve perfume da sua forte presença
Dispara que deixa a pulsação extra-tensa
Cabelos são crinas de alma selvagem
Deleite, convite à nobre viagem
Galopa e voa, se espalha e me tece
Me enrosca que eu quero rezar tua prece
Em teia, em trama, em vestes, sem vestes
Mamilos e olhos e dorso celestes
Cansados, deitados, na maior vadiagem
Banca uma Santa vestindo roupagem
O corpo perfeito virou-se barreira
Não é mulher de só sexta-feira
Que tem talento não só na boca
Dá seu pití sem ser muito louca
Tá cansada de ser só coxa e bunda
Mesmo diária da Academia oriunda
Mais belos que os olhos é seu interior
Nas ruas lhe despem em pleno fervor
Lhe abraço fraterno na educação
Lhe digo aos ouvidos rogada benção:
Delirius tremis de leve languidez
Decorrem, percorrem-lhe embriaguez
E ao toque sorrir toda esperança
Crescendo de mim para ti aliança
Desfruto da ação ocorrida, imediata
Te digo na cara, encaro, na lata:
Conheço um membro que está louco
Para conhecer sua beleza interior!!

NADA E TUDO


Não quero o briho da lua,
Quero-a suada, desavergonhada
Na pele perolada aveludada,
Do aroma abençoada, amendoada
Quero seu tudo, quero um nada,
Quero estrelas brilhando em Tim-Tim
Esta dama, este instante, sois para mim

Não quero ser o sol, quero ser raio e calor
Dourar tua pele, aquecer tua aberta ferida
E provocar nascer na vida mais vida
Contamina de alegria e dissemina
Segura a mão, pega pelo pé e contagia
Vira mania fugidia da monotonia
Te ter ao lado, embaixo, em cima

Não quero ser sexo, também gozo
Que geme as pernas
Morde lábios e trinca os dentes
Que arrepia a tez
O corpo, a alma e seios
Todos de uma só vez
Tornando-os salientes

Não quero ser Santo, nem culpado
Quero a ti ser companheiro
Amante mais que amado
E que se ame sob chuveiro
Que faça comigo o diabo
Que faça de mim um santeiro
Devaneio de seresteiro

Não quero ser cruz, inviolável
Sou pecável, carnal justificável
E ao contrário do dito barbário
Tampouco imóvel pra confessionário
Trocar na saliva o contato à unha
Encantar mulher xingando a alcunha
Eu que te olho, você quando grunha

Não quero sem você, é solidão
Pega minha mão e sonha de antemão
Que não vou mais não, esse é meu chão
E aquele então é nosso colchão
Corre, assanha sim, arranha não
Eu quero estar nu em seu xadrez
Que desta vez chegou nossa vez!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PRESSÃO


Eu já perdi você
O meu emprego
Tá sem me querer

A pressão extrapolou
Tava para acontecer
Não tinha mais saída
Por onde correr

Está sem companhia
O meu coração
Quem ele queria
Hoje disse não

Tem muita gente comendo
Do fino de graça
Me alimento roendo
Mas a caravana passa

Leão só mordendo
É a situação
E eu só querendo
Mas fico na mão

No Congresso todo
Todo mundo ataca
É quem assina primeiro
O resto não tasca

O país continua
Na mesma situação
Uns de grana se enchendo
Pobre farinha e feijão

TROPEÇOS


Já te aconteceu que a vida
Parecia estar te sacaneando?
Que nunca sobrava grana
Para birita do fim de semana

Largando sempre atrás
Dos maiorais e dos boçais
Na prova injusta da economia

Nunca tive nada de graça
Foi na raça, a mão na massa
Com muita fé e muita fadiga

Cansado por muita vontade
Vivendo em nossa realidade
Sendo caça para muito predador

Sempre um chega batendo
Outro mordendo, aqui me doendo
Sua, roga, chora, sagra sangra sangue

E quando voltar a se reparar
Vai estar sem ter quem te apoiar
De base o fundo do poço

Resgatando ao retornar
Encontrar de novo o lugar
Ser pleno de luz no caminho

Portanto fique bacana
Senão não encontra a saída
Da ruína no tropeço
Que apaga a tua chama

OCEANOMAR


O dia amanheceu e meus pés
Negaram-se a me levantar
Cansados desgastados
Por ter tanto contato
Com lugares onde o tato
Foi tirado do contrato
Um chão glacial é ponte
Para onde a direção aponte

Há muito um gelado
De não ter mais contato
Em quem possa sem receio
Confiante abraçar
Onde um ato de nobreza
Seja visto por fraqueza
E que se tampe o sol
Com o manto da tristeza

Sei que nessa hora
Dá uma vontade louca
De poder voar
Até o lugar
Onde o rio encontra o mar
E o mar o oceano
Quando a lua beija o sol
E a paz foi semeando
O lugar pra ser feliz
Venha se mostrar
Mas quando eu voltar
Para onde devo estar
Os problemas ainda
Estarão ali presentes
Mas tive quando ausente
A certeza de sorrir

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

POR UM INSTANTE


Egoísta, assim me percebi só
Reconhecer erro não deve gerar dó
É a solução da aflição que cerceia a alma
Saída do labirinto que aprisiona o espírito
Fuga do desatino que enlouquece a mente
Reencontro de si, novamente sendo gente
Mãos, frias sem sentimento
Esquecidas que ficaram
De como carinhos lhe importavam
Espalharam sofrimento
Peito gelado
Afastando a companhia
De quem lhe queria
Ficou amargurado
Olhar corrompido
Carregado de orgulho
Fútil brilho, um entulho
Cego triste caído
Só solidão me acompanhou
Arrogância me dominou
Inútil sensação de desgosto
Desagradando o meu oposto
Perdi minha grande virtude
De fazer do amor plenitude
Quero ver ainda ao meu lado
O rancor quieto, silenciado
Agora saudade ficou
Agora ninguém ficou
Eu gostaria apenas
Por um instante
De uns poucos minutos
Fazer uma mulher feliz

ENCONTRO


O que pode pedir um coração?
O que serena a tempestade no peito?
O que adoça o amargo da vida?
O que pode cessar a lágrima?
Ou que pode escorrer junto à ela felicidade?
O que deseja solitária mão?
O que olhos tristes procuram?
O que faz o corpo levantar toda manhã?
O que faz o corpo procurar aconchego à noite?
O que faz um sorriso mais bonito?
O que faz o abraço ser espontâneo?
O que suaviza atormentada voz?
O que arrepia, que treme, que sua?
O que se sussurra ao pé do ouvido?
O que faz a alma sair do vale das sombras?
O que realmente nos torna especiais?
O que fazia eu sem você?
Amor, nosso encontro foi tão desejado
Foi finda a busca
Terminado estio
Saciada fome
Agora chove
Chuva iluminada pelo sol que namora a lua
Desce dos céus para onde sobe minhas aspirações
Metamorfoseando meu antigo inferno
Convertendo-o finalmente em paraíso
Agora que esse encontro se realizou
Só peço o direito a um último pedido
Ama-me!
Ama-me com o fogo que não consome
Ama-me com o ardor que rejuvenesce
Ama-me com a devoção que não mata
Ama-me com o amor que não morre

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

POEMA DO ADEUS


...preciso soltar dessa amarra.
Barco sem marinheiro, capitão sem Nau, à deriva, à vida.
Um precisa navegar,
Noutro a certeza da terra firme serena as tormentas.
Podemos subtrair da flor o perfume?
Extrair totalmente o calor do sol?
Nunca se apaixanar com a lua cheia?
Jamais sorrir junto à infância quando estende diminuta mão?
Também acreditei que não seria a eterna resposta.
Mas sim existe sim e surgiu da boca que menos esperava
Foi dito delicadamente suave por amor
Que disse-me sim, teu amor pode matar
E não, não a terá se realmente é amor o que sentes
Sois estio para frágil graça em vida
Sois escuridão quando vier o frio
Sois entardecer na necessidade da manhã
Afasta-te, abranda-te e encanta-te
Deixa a vida se curar, a correnteza fluir os males
Que o menino quer voltar para casa

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

DIFICULDADES



Aquele que todos vêem mas não o enxergam
De corpo frágil que esconde um segredo
Do sangue impuro emana a mais pura emoção
Um guerreiro que luta para vencedor o bem
Um super-herói a serviço do mal
Fugindo de sua identidade secreta
Identidade inconveniente
Que aos próprios olhos é pequena
Que aos próprios desejos é fraca
Que frente à vontade é covarde
Porém diante de uma verdadeira batalha
Arrisca-se peito aberto ao incerto
Sabedor de suas ilimitadas habilidades
Mesmo sendo humano, frágil, imperfeito
E extremamente forte, resistente, tenaz
Pronto a alcançar o erro, atingir a falha
Ser perdido, ser heróico, ser natural
Assim segue aquela criatura, serena
Despercebida, com suas asas recolhidas