quarta-feira, 30 de junho de 2010

TODA VEZ


Toda vez que estou com você
Toda vez que eu toco você
Baby, suspiro
Toda vez que eu beijo você
Toda vez que eu amo você
Baby, transpiro

Agora quero apenas te abraçar
E girar o nosso mundo no salão
Frente a frente ao destino
Tenho a certeza, sim
Você é o meu caminho
Você é meu paraíso
As flores que perfumam
E enfeitam meu olhar
O canto dos pássaros
O sol que vai raiar

O sol nasce todo dia após você
A lua brilha para mim e pra você
Jamais deixe esse amor acabar
Jamais me deixe ficar sem você
Demorei muito pra te encontrar
A vida é sem sentido sem você
O que preciso for farei
Pra ter você aqui

SHIRLEY


Andava pela estrada em que a noite era eterna
Cruzando vozes sem rosto e sem expressão
Só me tocava o que era frio e sem sentido
Que por vezes doía, nem sei se sangrava
Cabeça baixa, faltando respeito, moral
Um pouco, um pobre, fui boçal
Só, jogado, uma droga de uma sobra
Até a brisa que me chegou
Morna, lisa, encaracolada e querida
Foi-me apresentada oi sorrindo
Iluminando meu labirinto
Aquecendo minha visão
Das trevas se fez cores
E de teus lábios desejo
Aos olhos fui menino
E na pele toques de carinho
O mundo rodou, girou, pirou
E desde então não mais parou
O corpo pulsando por querer
Sonhando só em ser em língua
Em saliva parte de nós dois
Agora a cada dia sinto mais alegria
A cada dia gosto mais de você
A cada beijo te amo, te amo, te amo.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

MÁTRIA


Mátria casa sofreu, sentiu o golpe, a dor
De tanto abuso, arrogância e desamor
Diárias mentes te esgotam de eternas impiedades
Usufruindo do desrespeito insaciável de poder
Sobre um bem que não se tem, não se possui.
Sou ser parte dele e divido suas penas e lágrimas
Combalido e divino planeta
Maltratado, espoliado e danificado na alma
De seu sereno leito sangrou, negro, espesso, mortal
O câncer provido de fóssil presença animal
Disseminando a morte que intempéries haviam selado
Sob terras, sob pedras, sob mares.
Agora só o desalento esforço final de um inocente
Ser de gosma quase sem vida que, quem diria, outrora voava
Na direção que o sol lhe apontara e agora só agonia.
Se debate ali
À margem do nosso alcance
Na borda do nosso futuro
Na costa, por toda a costa
Nosso fruto pão molhado, salgado, contaminado
Bóia morto, sofre vivo, afogado em curtume de asfalto
Um alcatrão de tristezas criado por acidentais descasos
Asfixiando nossas palavras nos deixando sem ar
Ar marinho, sopro de vida, fonte viva
Nosso último suspiro...