segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CHUVARADA


Venta ventania
Vem ventando minha Rainha
Levantando sua sainha
Desencacheando sua gracinha
Em olhos, nariz e boquinha
Nobres pernas saidinhas
Vão surgindo à subidinha
Da esvoaçante curtinha
Emanando coxas marinhas
De sereia visitando a terrinha
Toco-lhe todinha
Não resisto aos encantos da tua calcinha
Chuva chuvarada
Chega apressada
Vem molhar minha amada
Faz da terra ela, suada
E vestida nua, assanhada
Desvestindo-a, colada
Desde ao negro lume desmanchada
Até tua base colorida deslavada
Sofrendo com a pele arrepiada
À alma fria gelada
Treme lábios de cor arroxeada
Derretendo escorridos aos meus quando beijada
Entregando-se quando sentes
O toque de minhas mãos quentes
Envolvendo-te quase eternamente
Numa chama que é só da gente
Abraçando nosso presente
Interligando lógico inteligente
O corpo pedinte ao corpo querente
Transformado o momento rapidamente
Aquecente, naturalmente caliente
Num delírio delicioso sorvente
Envolver-se nos gradualmente
Desde o matinal até depois do poente
Atos belos e marginais que o desejo consente...

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