sexta-feira, 20 de novembro de 2009

CIDADES


A cidade e seus alicerces
Dilaceram minha alma solitária
Subprodutos da ignorância humana
Passeiam por passagens e transportes
Que levam reles massas sentimentais falidas
Subutilizadas até para o sofrimento
Olhares cegos se encaram e não escancaram
Se resguardam, acusam desviados
Desvairados e sem compaixão
A luz brilha fria, ártica
E um sorriso assusta
Saídas em tumultos se disseminam
Aglomerações tristes se espalham
E se recolhem em salas e escritórios
Conectando a rede mundial da frustração
Onde eu não devo ser eu
Onde tu não é você
Onde nós não nos encontramos
Nem falamos, deixe recado!
Atachado, compactado ou executado
Desconsiderado, desinformado
A importância de ser não existe mais
Ter um coração ficou para trás
Apenas se conta a hora que passa
Apenas se escorre a vida que vaza
Apenas se corre do tempo sem paz
Apenas não conta, se alonga, se jaz

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