sexta-feira, 13 de novembro de 2009

NADA E TUDO


Não quero o briho da lua,
Quero-a suada, desavergonhada
Na pele perolada aveludada,
Do aroma abençoada, amendoada
Quero seu tudo, quero um nada,
Quero estrelas brilhando em Tim-Tim
Esta dama, este instante, sois para mim

Não quero ser o sol, quero ser raio e calor
Dourar tua pele, aquecer tua aberta ferida
E provocar nascer na vida mais vida
Contamina de alegria e dissemina
Segura a mão, pega pelo pé e contagia
Vira mania fugidia da monotonia
Te ter ao lado, embaixo, em cima

Não quero ser sexo, também gozo
Que geme as pernas
Morde lábios e trinca os dentes
Que arrepia a tez
O corpo, a alma e seios
Todos de uma só vez
Tornando-os salientes

Não quero ser Santo, nem culpado
Quero a ti ser companheiro
Amante mais que amado
E que se ame sob chuveiro
Que faça comigo o diabo
Que faça de mim um santeiro
Devaneio de seresteiro

Não quero ser cruz, inviolável
Sou pecável, carnal justificável
E ao contrário do dito barbário
Tampouco imóvel pra confessionário
Trocar na saliva o contato à unha
Encantar mulher xingando a alcunha
Eu que te olho, você quando grunha

Não quero sem você, é solidão
Pega minha mão e sonha de antemão
Que não vou mais não, esse é meu chão
E aquele então é nosso colchão
Corre, assanha sim, arranha não
Eu quero estar nu em seu xadrez
Que desta vez chegou nossa vez!

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