segunda-feira, 23 de novembro de 2009

NA MINHA VIDA


Viver no escuro era normal
E não enxergar o rosto
A mão do outro natural
Ignorado o mundo estava
Em trevas despercebido
Enterrado sob o manto
Negro desconhecido
Frio polar na pele de gelo
Jamais tocada com amor
Até você aparecer
Na minha vida
Indo fundo no mais profundo
Do meu ser glacial
Calor humano transpassou
De ti para mim, chegou
E das trevas fez-se a luz
Conheci o mundo, o vi em cores
Seus perfumes e suas flores
Poesia, música e beleza
Gritei, e como gritei
Não conhecia a vibração
A força da canção
Corri, e muito corri
Até ficar distante
E mais perto de ti
E amei, muito te amei
Chorei de alegria
Não sabia
Quanto sentimento em mim retia
Era tanto que fluía
Renovou minha energia
E beijei, sem parar te beijei
Na saliva doce mel descobri-a
Desnuda a fantasia
Do veludo, da pele, das vestes
Puro deleite em cristal
De uma sedução angelical
Suave sanha serena
Envolvente serpentear divinal
Te quero, e como, devoro
Dá fome o cheiro de ti
E adormeci
Pude enfim descansar meu cansaço
Enlaçado, extasiado, amado
Mas a vida é imprecisa
Seu rumo indeterminado
E seus planos inexplicáveis
A luz ficou, você não
Outros olhos demais a observar
Palavras impregnadas de amargor
A nos cercar, a nos secar
Cercear a vida semeando rancor
E do rio que formamos dividiram águas
Pedras rolaram espaçando nosso andar
Um para lá, outro para cá
Não pude mais te ter
Porém muito a agradecer
Por acontecer você
Agora vivo, sangro e sofro
E chorei, novamente chorei
Pela dor que fica
Pela falta que assola
Pelo frio que me reencontra
Se por acaso a tristeza lhe encontrar
Não se deixe desesperar
Pois a bondade reside em você
És meu amuleto da sorte
A luz da minha vida
Quem eu mais quis em companhia
Quando a lágrima correr
Faça que brilhe e lembre-se
Lembre-se que você a mim vir
No meu mais belo dia me fez sorrir

(para Shirley)

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